Na década de 1880, a Suíça passava por um período de recessão econômica muito forte, mas sempre foram nas adversidades que o jovem Léon Breitling via luz no fim do túnel. Mesmo sendo difícil ingressar no mercado relojoeiro da época, ele manteve sua convicção de criar instrumentos que pudessem medir e controlar o tempo.
Esse otimismo, persistência e expertise fizeram com que a marca Breitling se tornasse a referência de precisão e respeito que conhecemos hoje. O jovem fundador era um profissional muito à frente do seu tempo.
Primeiros passos de Breitling
Na cidade suíça de Saint-Imier, em Place Neuve 1, no ano de 1884, Léon Breitling abriu seu primeiro ateliê para iniciar o desenvolvimento e produção dos relógios. Com apenas 24 anos, ele já tinha certa notoriedade na fabricação de cronógrafos e medidores de alta precisão para uso esportivo, científico e industrial, elevando a marca para um alto nível rapidamente.
Oito anos depois realocou a pequena oficina para a vila de La Chaux-de-Fonds, centro da indústria de relógios suíços na época, transformando-a numa fábrica especializada em cronógrafos. Também durante a década, Breitling lançou o pulsógrafo, instrumento médico que permitia a medição da frequência cardíaca de um paciente, e o cronômetro.
Léon Breitling faleceu em 1914 e então seu filho, Gaston Breitling, assumiu o comando da empresa e revolucionou a indústria de cronógrafos para o que conhecemos hoje.
Em 1915, Gaston criou um dos primeiros relógios de pulso com um botão independente, na altura das 2 horas, que separava as funções “iniciar” e “parar” da função “zerar”. Oito anos depois foi feito um upgrade nesse mecanismo, com o qual os utilizadores do relógio poderiam cronometrar qualquer tipo de evento sem precisar reiniciar o relógio.
Mas foi no ano de 1927 que a marca sofreu um severo impacto. Gaston Breitling morreu de forma repentina.
Caos, ressurgimento e consolidação
Até então não havia nenhum membro da família para substituí-lo, então os gerentes da Breitling tiveram que conduzir os negócios. Esse período foi bem complicado, pois houve a quebra na Bolsa de Valores e na sequência veio a Grande Depressão Americana. A empresa teve grandes dificuldades, mas conseguiu se manter em pé até a chegada de Willy Breitling, filho de Gaston.
Aos 19 anos, o herdeiro da terceira geração assumiu os negócios em 1932 e já olhava para o futuro, pois até a metade dessa década ele implementou mais um botão independente, na altura das 4 horas, que era responsável por repor o cronógrafo a zero – modelo de relógio que conhecemos hoje.
No final da década de 30, a Breitling virou fornecedora oficial da prestigiada e respeitada Royal Air Force, as forças aéreas britânicas, garantindo assim uma reputação ainda maior para a marca. Desde então, iniciou-se uma cooperação de longo prazo com a indústria da aviação internacional. Na época, a produção de cronógrafos era impulsionada principalmente pelo mercado militar, que procurava relógios extremamente confiáveis com funções de cronógrafo.
Como a empresa garantia exatidão e transmitia confiança, na década seguinte aumentou sua gama de clientes e passou a fornecer cronógrafos para as Forças Armadas Americanas. Breitling se tornou rapidamente a marca oficial de pilotos e aficionados da aeronáutica mundo afora. Fruto de toda dedicação e sucesso, a Associação de Pilotos e Donos de Aviões nomeou uma das recém-lançadas versões da marca como seu relógio oficial.
Nas décadas de 50 e 60, Breitling passou a produzir indicadores de bordo para as principais companhias aéreas internacionais e até espacial! Esse foi um marco que determinou a empresa como referência absoluta entre pilotos, astronautas, engenheiros e matemáticos. Esse período também foi o ponto de partida de expansão para novos mercados.
Novos desafios
O final dos anos 60 marca um dos maiores desafios da Breitling na área da relojoaria do século XX: a criação de um cronógrafo automático. Com a coroa do lado esquerdo da caixa e os botões do lado direito, a marca lançou o calibre Chrono-Matic, realizando um movimento pioneiro no mercado e produzindo uma linha inteira de cronógrafos de corda automática.
Porém, os obstáculos não pararam por aí.
Em 1979 aconteceu a maior adversidade para todos os fabricantes de relógios: a crise do Quartzo; e para complementar a situação, Willy estava com a saúde bastante comprometida e não conseguia mais administrar a empresa. Como não tinha filhos, precisou encontrar seu sucessor rapidamente e foi certeiro em sua escolha.
Ernest Schneider, antigo piloto, engenheiro elétrico e ex-administrador da relojoaria Sicura, se tornou o homem de confiança e Willy e tornou-se sucessor dos negócios da Breitling. Sua primeira missão já foi de enorme responsabilidade ao ter que lidar com essa tensão que afligia a todos, mas ele era um homem inteligente e com vasto conhecimento no que fazia.
O quartzo era muito mais preciso e fiel do que os relógios mecânicos, além de sua produção ser barata. Enquanto o mercado relojoeiro estava extremamente agitado com essa mudança nos padrões, Schneider conduziu de forma brilhante esse momento ao criar uma linha de relógios que tinha como base a precisão do quartzo, mas mantendo o espírito da marca com os relógios mecânicos.
Essa linha foi produzida com relógios de tamanho bem acima da média, contrariando os pequenos e finos de quartzo. Esses relógios ganharam notoriedade entre os pilotos de avião, especialmente na Itália. A estratégia, apesar de ousada, foi um grande sucesso, marcando essa era de Breitling com o lema “Instrumentos para Profissionais”.
Nos anos 90, houve a passagem do bastão de Ernest Schneider para seu filho, Théodore Schneider, que padronizou todos os movimentos da marca como cronógrafos. Isso significa que todo o processo de fabricação foi repensado, desde a seleção dos componentes à inspeção final, passando por todas as fases de montagem.
Relógios magníficos de alta precisão
Assim como fizemos em nosso Instagram, vamos traçar uma linha do tempo com os icônicos relógios da Alta Joalheria Breitling e seus anos de lançamento.
- Chronomat (1941)
- Navitimer (1952)
- Superocean (1957)
- Navitimer GMT (1973)
- Colt (1980)
- Aerospace (1985)
- Emergency (1995)
- Bentley T Chronograph (2002)
- Blackbierd Blacksteel (2010)
- Chronomat 44 Blacksteel / Navitimer 1884 (2016)
[colocar hiperlink nos relógios que temos no acervo]
Curiosidades Breitling
– Multas de trânsito: o relógio de bolso Vitesse, de Léon Breitling, estava equipado com a inovação do taquímetro e foi através dele que, em 1906, foram aplicadas as primeiras multas por excesso de velocidade na Suíça.
– Conexão com a aviação: a Breitling tem uma forte ligação com a aviação desde os primeiros dias da empresa. Seus relógios foram usados por pilotos militares e aviadores civis, e a marca desenvolveu diversos instrumentos de bordo para aeronaves.
– Cronógrafo no espaço: o astronauta americano Scott Carpenter usou um relógio Breitling Cosmonaute Chronograph em sua missão espacial Mercury-Atlas 7, em 1962, tornando-se o primeiro relógio suíço a entrar no espaço.
– O patenteado “Emergency”: em 1995, a Breitling introduziu o revolucionário relógio “Emergency”. Além de ser um cronógrafo, esse modelo possui um transmissor de emergência que emite sinais de socorro para ajudar em situações de resgate. Para adquirir esse modelo, o comprador deve assinar um termo de responsabilidade para não acionar o dispositivo de emergência em uma situação que não é urgente.
– Precisão certificada: todos os relógios Breitling são certificados pelo COSC (Contrôle Officiel Suisse des Chronomètres), uma organização independente que testa e certifica a precisão dos relógios suíços. Isso garante que cada relógio Breitling atenda a rigorosos padrões de precisão.
– Liga de aço especial: a Breitling utiliza uma liga de aço especial chamada “Breitlight” em alguns de seus modelos. Essa liga é excepcionalmente leve, resistente a riscos e corrosão, além de ser antimagnética.
– Parceria com a Red Bull Air Race: a Breitling foi patrocinadora oficial da Red Bull Air Race, uma competição mundial de acrobacias aéreas, por muitos anos. Essa parceria destacou ainda mais a conexão da marca com a aviação.
– Relógios de mergulho: além de sua associação com a aviação, a Breitling também produz relógios de mergulho de alta qualidade. A linha Superocean é especialmente projetada para mergulhadores profissionais, oferecendo resistência à água e recursos de mergulho avançados.
– Participação em filmes: os relógios Breitling apareceram em vários filmes de Hollywood. Por exemplo, o ator Sean Connery usou um Breitling Top Time em “007 Contra Goldfinger” (1964), enquanto o personagem John Travolta usou um Breitling Emergency em “Pulp Fiction” (1994).
– Colaborações com marcas automotivas: a Breitling também tem colaborado com fabricantes de carros de luxo, como Bentley. A parceria resultou em uma coleção exclusiva de relógios Breitling for Bentley, incorporando elementos distintivos da marca de automóveis.
Orit & Breitling
Assim como nós, a Breitling é apaixonada por qualidade, resultando em relógios magníficos e de incrível precisão.
Além de seus designs robustos e de grande atitude, as inúmeras funcionalidades de seus relógios fizeram a marca conquistar prestígio e se firmar como uma confiável escolha de cronógrafo para militares, mergulhadores e pilotos de avião.
Nos identificamos também com a questão da sustentabilidade, que na última década foi um dos pilares de reposicionamento da marca.
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